DESCUBRA COMO FOI A DESCOBERTA DO CELACANTO, O FÓSSIL VIVO!

Não é todo dia que um fóssil vivo aparece nadando sobre as águas do mar.

Fonte da imagem: Wikipedia/sybarite48, CC BY 2.0, via Wikimedia Commons


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UMA DESCOBERTA DE UM FÓSSIL VIVO


Em 1938, Goosen, um capitão de um barco de pesca comercial que estava trabalhando nas águas da extremidade sul da África, decidiu, por um impulso, pescar nas águas próximas da foz do rio Chalumna. Ele estava a cerca de 5 km da praia, sobre a plataforma submarina, quando ele baixou suas redes de arrasto a 40 braços (240 pés, cerca de 73 m) de profundidade. Mais ou menos uma hora depois, as redes foram recolhidas e foram despejados no convés uma tonelada e meia de peixes comestíveis, duas toneladas de tubarões e um celacanto. Nenhum daqueles velhos marujos nunca tinha visto tal peixe e eles não tinham nenhuma ideia do que era, a não ser ter reconhecido que era raro. Como era o costume, a tripulação guardou o peixe para o currador do pequeno Museu em East London, na África, a cidade onde aportariam. (Embora isso fosse na África do Sul, uma herança britânica inspirava os nomes locais, por isso o nome East London para esse museu situado na África.)

O curador era a Sra. Courtenay-Latimer (Figura 2). O orçamento do museu era curto, para não dizer mínimo, portanto para aumentar o entusiasmo e apoio local ela criou exibições representando a vida marinha local. Ela encorajou as tripulações que faziam pesca de arrasto a procurar por espécimes incomuns. Se algum fosse capturado, ele seria incluído na pilha de peixes não comestíveis descartáveis no fim do dia e Courtenay-Latimer era chamada para recolher os espécimes que ela pudesse usar. Nesse dia em particular, enquanto ela estava separando os peixes, ela descobriu o celacanto azul (Figura 2) fortemente escamado com nadadeiras parecidas com braços. Ele tinha 1,6 m de comprimento e pesava 60 kg. Ele estalou quando foi apanhado pelos pescadores, mas agora estava morto e começando a apodrecer no sol quente. 
Courtenay-Latimer não era ictióloga e ela não tinha um grupo de especialistas. Além de curadora, ela também era tesoureira e secretária do museu.

Embora ela não tivesse reconhecido exatamente o que o celacanto, ela era esperta o suficiente para perceber que ele era especial e convenceu um relutante motorista de táxi a transportá-la, sua assistente e um peixe muito fedido de volta ao museu. Os orçamentos curtos novamente causaram problemas, pois não havia congeladores ou equipamentos para preservar um peixe tão grande. Ele foi, então, levado a um taxidermista, o que foi instruído a salvar até as partes não necessárias para o trabalho. Mas depois de três dias no clima quente e sem nenhum retorno do especialista de peixe mais próximo que Courtenay-Latimer conseguiu entrar em contato, o taxidermista descartou as partes moles. Quando ela contou ao presidente do conselho administrativo do museu o que ela suspeitava, ele escarneceu, sugerindo que "todos os seus gansos fossem cisnes". Aparentemente ele cogitou a ideia de descartá-lo, mas no final cedeu e autorizou a preparação e montagem do peixe.

Figura 2. M. Courtenay-Latimer, enquanto curadora do museu de East London na África do Sul. Ao lado dela, estão representados o seu rápido esboço e suas anotações sobre o celacanto, enviadas para J.L.B. Smith para que ele desse a sua opinião.
Fonte da imagem: Wikipedia/See page for author, Public domain, via Wikimedia Commons

Infelizmente, a carta dela ao especialista mais próximo levou 11 dias para chegar porque East London ainda era uma área muito remota da África do Sul e era a temporada de férias. O especialista com que ela entrou em contato era J.L.B. Smith, um instrutor de química por profissão, mas um ictiólogo por dedicação. A carta incluía uma descrição e um esboço do peixe da década. Embora muito ansioso para ver e confirmar o peixe encontrado, ele não podia sair para fazer a viagem de 560 km até East London. Ele tinha exames para administrar e corrigir. Finalmente visitou o museu examinou atentamente o peixe pela primeira vez. Era um celacanto, conhecido pela ciência até o momento apenas por meio de fósseis do Mesozoico (Figura 6). Em homenagem à pessoa (Courtenay-Latimer) e ao lugar (rio Chalamna), Smith deu ao peixe o nome Latimeria chalumnae.

Desde então, outros Latimeria foram encontrados próximos à costa leste da África e na Indonésia. Eles parecem ser predadores que vivem em profundidades de 40 a 80 braças. Graças principalmente a um capitão, uma curadora e um químico, Latimeria é novamente um fóssil vivo hoje.

CARACTERÍSTICAS DO PEIXE CELACANTO


Devido à profundidade de seu habitat, quase todos os espécimes foram fotografados apenas por submersíveis tripulados ou operados por controle remoto. A primeira vez que mergulhadores documentaram o peixe foi em 2000; em janeiro e fevereiro de 2010, uma equipe realizou mergulhos profundos para obter imagens de uma colônia de celacantos na baía de Sodwana, na África do Sul.

Os peixes são facilmente reconhecíveis por distintas marcas brancas que carregam no corpo. Uma camada cristalina atrás da retina dos celacantos reflete a luz como um espelho, favorecendo sua percepção nas escuras águas do oceano.

Semelhante à vela de um barco, sua barbatana dorsal fornece estabilidade durante o nado. Um lóbulo extra na nadadeira caudal, único dos celacantos, pode ser observado hoje e em fósseis datados de milhões de anos atrás.

A palavra "celacanto" vem do grego e significa "espinha oca" — uma referência às espinhas ocas que integram a estrutura de suas barbatanas.

A Latimeria mantém muitas das novidades dos sarcopterígeos: uma notocorda bem desenvolvida, focinho peculiar, apêndices carnosos, cauda dividida. Sua descoberta despertou grande interesse porque os últimos membros dessa linhagem teriam aparentemente desaparecido há 75 milhões de anos.

Referências
KARDONG, Kenneth V. Vertebrados, Anatomia Comparada, Função e Evolução. Editora Roca LTDA, 2011. 10-3668. CDD: 596. CDU: 597/599.
Sites: National Geographic Brasil; Fósseis Pokémon.

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