COMO SÃO CLASSIFICADAS AS CATEGORIAS DAS ESPÉCIES EM RISCO DE EXTINÇÃO?

Para classificar as espécies ameaçadas de extinção em categorias, tais como criticamente em perigo e vulnerável não é uma tarefa fácil de se fazer.

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Os números de espécies em risco de extinção no Brasil e no mundo não param de crescer. Vejam agora alguns critérios que são utilizados para classificar a situação de conservação de uma espécie em seu habitat natural.

CRITÉRIOS UTILIZADOS PARA CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS DE EXTINÇÃO

Vamos mostrar os critérios utilizados para a classificação de risco de extinção em cada órgão responsável pela preservação e conservação das espécies na natureza:


IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza)


A IUCN, Lista Vermelha (1996), as espécies se enquadram em categorias definidas, que indicam seu status de conservação levando em conta sua situação em nível mundial. As categorias de ameaça em níveis crescentes do grau de ameaça são: vulnerável, em perigo e criticamente em perigo.

CITES (Conservação sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e da Fauna Selvagens em Perigo de Extinção)


Este item indica se a espécie consta de algum dos anexos da CITES, da qual o Brasil é signatário. Essa convenção tem por objetivo estabelecer medidas de controle e fiscalização do comércio internacional de animais e plantas (veja as plantas ameaçadas de extinção no Brasil AQUI), sendo essas medidas especialmente rigorosas no que diz respeito às espécies ameaçadas de extinção. O texto da convenção foi aprovado pelo Decreto Legislativo nº 54, de 24 de junho de 1975. Os anexos da CITES são três (I, II, III) e indicam em níveis decrescentes a ameaça que o tráfico e comércio internacionais representam para a espécie.

IBAMA (Portaria 1522/89)


Este item indica se o Ibama considera a espécie como ameaçada de extinção no Brasil, ou seja, se ela consta da portaria 1522 daquele órgão, de 19 de dezembro de 1989, que estabelece a Lista Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Nessa lista algumas espécies são classificadas como "provavelmente extinta".

AS CATEGORIAIS DE RISCO EXTINÇÃO DAS ESPÉCIES DA IUCN


A IUCN posiciona as espécies em categoriais de risco por meio de critérios baseados no tamanho absoluto de populações selvagens e em suas modificações nos últimos 10 anos.

Duas categorias de espécies Extintas são definidas:

- Extinto: Um espécie está Extinta quando não há dúvidas razoáveis de que o último indivíduo morreu. O pica-pau-bico-de-marfim (Campephilus principalis), era a maior espécie de pica-pau, com um comprimento cabeça-mais-corpo de até 56 cm. Ele foi extinto, na América do Norte, na década de 1970. A última observação confirmada da espécie foi realizada em Ojito de Água, Cuba, em 1987. O sapo dourado (Bufo periglenes), das florestas montanhosas da Costa Rica, foi descrito inicialmente em 1967 e desapareceu em 1987. Alterações climáticas e a infecção por fungos foram propostas como as causas da sua extinção.

- Extinto no Meio Natural: Uma está extinta no meio natural quando se sabe que sobrevive apenas em cultivo, em cativeiro ou como uma população (ou populações) naturalizada a uma distância considerável de sua área natural. O cavalo Przewalski (Equus przewalskii), é o único cavalo selvagem verdadeiro. Originalmente, esta espécie se distribuía na Mongólia, na China e no Turquestão. Restam ainda cerca de 200 cavalos, todos em zoológicos. Animais reproduzidos em cativeiro foram liberados na Mongólia e se reproduziram com sucesso, e prospectos em longo prazo para a população mostra boas perspectivas desde sua sobrevivência ao severo e incomum inverno de 2000-2001. O furão de pés pretos (Mustela nigripes), era um residente das áreas dos "prairie dogs" na América do Note. A última população selvagem foi extinta em 1981 e mais de 200 furões, reproduzidos em cativeiro, foram libertados desde 1991.

Três categorias de espécies Ameaçadas são definidas:

- Perigo Crítico de Extinção: Uma espécie se encontra em perigo crítico de extinção quando ela se confronta com um risco extremamente alto de extinção, no meio natural, em um futuro imediato. O vombate (Lasiorhinus krefftii), é um marsupial que pesa cerca de 32 quilogramas e que vive em colônias, passando a maior parte do tempo sob a terra e saindo à noite para se alimentar. Ele já se distribuiu por uma grande área do leste da Austrália até New South Wales e Queensland. Suas populações têm sido dizimadas pela competição com coelhos, ovelhas e gado, introduzidos por europeus; e os grupos sobreviventes consistem de 65 animais, na floresta de Epping, em Queensland. O esturjão comum (Acipenser sturio) é um grande peixe (de até 3 metros e 300 quilogramas). Sua distribuição histórica incluía toda a zona costeira da Europa, desde o North Cape até o Báltico, o Mediterrâneo e o Mar Negro. A espécie está extinta em alguns dos rios secundários, incluindo o Elbe, o Reno e o Vistula. Populações reprodutoras estão restritas a alguns poucos rios europeus - o Gironte, na França, o Guadalquivir, na Espanha e o Baixo Danúbio. A sobre-pesca é a principal causa de seu declínio. A carne é cara e os ovos são usados para fazer caviar - assim, fêmeas grávidas são especialmente procuradas e mortas antes que se reproduzem.

- Perigo de Extinção: Uma espécie está em perigo de extinção quando se confronta com um grande risco de extinção no meio natural no futuro próximo. Exemplos de espécies em perigo de extinção incluem o Panda Gigante (Ailuropoda melanoleuca), o qual se distribuía em Myanmar, ao norte do Vietnã, e em boa parte do leste e do sul da China. Pandas selvagens ocorrem atualmente apenas em populações fragmentadas nas montanhas ocidentais da China; acredita-se que a população total seja de cerca de 1.200 animais. Tentativas de reprodução de pandas gigantes em cativeiro, na China, não se mostraram bem sucedidas. Tanto o chimpanzé (Pan troglodytes) quando o bonobo, ou o chimpanzé pigmeu (Pan paniscus), estão em perigo. Os chimpanzés ocupavam uma área ampla da África equatorial, enquanto os bonobos sempre estiveram limitados à Bacia do Zaire.

- Vulnerável: Uma espécie é vulnerável quando se confronta com um grande risco de extinção no meio natural em médio prazo. O grande tubarão branco (Carcharodon carcharias) tem uma distribuição global em águas quentes e temperadas. Como um predador de topo de cadeia, ele sempre apresentou uma baixa densidade populacional e a pesca em larga escala é considerada como uma ameaça em potencial. A destruição de habitats e a caça clandestina são grandes preocupações no caso dos orangotangos (Pongo pygmaeus) o qual costumava se distribuir em toda a Ásia tropical e subtropical; ocorrendo atualmente apenas nas ilhas de Bornéu e de Sumatra.

São reconhecidas três categorias de Baixo Risco:

- Dependente de Conservação: Existem espécies que são sustentadas pelos contínuos programas de conservação; sem esses programas as espécies devem se qualificar para uma das categorias de ameaçadas em cinco anos.
- Quase Ameaçadas: Essas são espécies que estão próximas do estado vulnerável para as quais nenhuma medida de conservação está sendo tomada.
- De Pouca Preocupação: São as espécies que não se qualificam na classificação como Dependente de Conservação ou Quase ameaçadas.
- Deficiente de Dados: Uma espécie é categorizada como Deficiente de Dados quando as informações sobre a sua distribuição e abundância são insuficientes para estimar o seu risco de extinção. Listar uma espécie nessa categoria enfatiza a necessidade de mais informações. Apenas espécies que tenham sido avaliadas podem ser incluídas nessa categoria, e a seleção de uma espécie para ser avaliada indica que pode estar em risco; deste modo, a escolha entre Deficiente de Dados e Ameaçada é difícil.

A MAIORIA DAS ESPÉCIES ESTÃO EM RISCO DE EXTINÇÃO


Um resumo do status dos vertebrados em classes diferentes demonstra aproximadamente um total de 1.208 espécies de mamíferos (cerca de 25% das espécies viventes) e 1.326 de aves (cerca de 12% das espécies viventes) estão extintas, em perigo, ameaçadas ou vulneráveis. A porcentagem das espécies em risco, em outros grupos, parece ser menor, mas essa impressão é enganosa. Para esses grupos de vertebrados, simplesmente, não há dados sobre o status de sua maioria, de forma que eles não podem ser incluídos na análise.

Não somente os vertebrados sofrem com o risco iminente da extinção, os invertebrados também podem ser extintos, como muitas espécies de insetos correm risco. Uma delas,  e a mais preocupante são as abelhas.

Não é fácil calcular a taxa na qual as extinções estão ocorrendo, e diferentes suposições podem produzir valores distintos. Estimativas do número de espécies de aves que estarão extintos a partir de 2020 variam de 450 a 1.350. Isso significa que as populações da espécie, no meio natural, não são mais viáveis, e a espécie, inevitavelmente, será extinta, ao menos que grandes ações de conservação sejam tomadas para que a tendência atual seja revertida. O que é claro é que a destruição de habitats é a maior ameaça, afetando 60% das espécies ameaçadas de aves e quase 80% das espécies ameaçadas de mamíferos.

Referências 
AGUIAR, Ludmilla M.; FONSECA, Gustavo A. B; LINS, Lívia V.; MACHADO, Angelo B.M; MACHADO, Ricardo B. Livro Vermelho das Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna de Minas Gerais. Belo Horizonte, 1998. Fundação Biodiversitas.
POUGH, F. Harvery; JANIS, Christine M; HEISER, John B. A vida dos vertebrados. Atheneu Editora São Paulo, 2006.

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2 comentários:

  1. Citando: "
    Extinção de espécies provocada pelo Homem é mil vezes maior que a taxa natural.".

    Quer dizer que o Homem causa maiores estragos do que a extinção conhecida como “A Grande Agonia”, ocorrida há aproximadamente 250 milhões de anos e foi a maior extinção em massa da história do nosso planeta? Durante esse terrível período, mais de 95% de todas as espécies da Terra pereceram, e todas as criaturas vivas que existem atualmente no mundo são descendentes dos poucos seres que sobreviveram a essa severa extinção.

    Menos, pessoal, menos!

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    1. Olá mrk357,

      Mas a extinção natural leva centenas, ou até milhares de anos. Pegamos essa reportagem publicado por nove cientistas, na revista Science, entre eles Clinton Jenkins, da Universidade do Tennessee.

      Se você não leu a reportagem leia aqui >>https://bio-orbis.blogspot.com.br/2014/09/extincao-de-especies-provocada-pelo.html<<

      Exagero pode até ser amigo, mas você citou a maior extinção em massa ocorrida na história da Terra. Mas você tem que ver ela pode ter demorado um grande período de tempo, já a que estamos vivendo agora, está muito mas muito mais rápida, questão de décadas o número de espécies extintas diretamente ou indiretamente por nós humanos é devastador.

      Agrademos pelo comentário, um grande abraço,

      Equipe BioOrbis.

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